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Ser mãe é padecer no paraíso



Através dos anos venho acompanhando o exercício da maternidade de várias maneiras e uma delas é no contexto clínico onde exerço minha função de psicóloga.

De forma ingênua acreditamos que existe a maternidade é instintiva ou que ao nascer um bebê nasce também uma mãe. Vale esclarecer: escolhas ingênuas ou românticas anulam a realidade.

É claro que dar a “luz” é uma dádiva Divina. Os pais são os maiores representantes de Deus na terra pois, nada equivale à vida a não ser a própria vida. Os pais concebem a vida.

Porém, optar por ser pai, mãe é muitas vezes, viver esta escolha em tempo integral, é conviver com o drama e o romance que coexistem como em outras decisões da vida. Optar por ser mãe é desenvolver inúmeros papéis como: cozinheira, arrumadeira, educadora, motorista, conselheira, fisioterapeuta, enfermeira, amiga e isto sem considerar as requisições do papel de mulher, profissional e esposa.

Da administradora da casa, economista, namorada, amante, mulher, irmã, amiga, profissional, como conciliar todos estes aspectos?

Nós, latinos americanos temos em nossa cultura destacar o homem privilegiando-o. Ainda hoje, o salário da mulher brasileira, quando comparado a um homem que exerce a mesma função e cargo, é menor.

Em dados do IBGE, a mulher brasileira trabalha em média 5 horas a mais que o homem, isto considerando a dupla jornada de trabalho. Como podemos mudar esta realidade? Qual o desafio que enfrentamos?

Quando a mulher/mãe trabalha fora de casa precisa delegar funções onde todos da família assumem responsabilidades. Além disso, é importante não perder de vista o que é essencial na missão dos pais: pai e mãe; transmitir valores e ensinar também sobre os gêneros, com respeito e amor.

Existem diferenças entre ser mulher ou ser homem que precisam ser incluídas em cada tarefa ou função que desempenhamos, tais como: sensibilidade e força, facilidade de comunicação ou reserva.

Há também a vontade que se manifesta na alma; a feminina apresenta a abertura para o amor, é acolhedora e cuidadora. A meu ver, estes aspectos existem para serem compartilhados. Observo que quanto mais saudável o modelo familiar e social na expressão da mulher, maiores são os recursos que encontra em sua experiência de Ser mãe.

Como mulher-mãe transformar a experiência da casa em lar; de dar a luz em ser uma missionária do amor é revelar no cotidiano a alma da mulher que está presente em todas nós.

Segundo o IBGE 63% das mulheres está feliz em sua condição feminina e quase 90% sente-se cansada. Como podemos compreender este número?

Toda dificuldade surge de emoções desqualificadas. Freqüentemente as mães se culpam, são exigentes consigo, obstinadas ou medrosas. Estes sentimentos são os mais presentes quando há uma dificuldade no exercício da maternidade.

Quando observamos a vida em suas nuances, retirando o auto julgamento ou condenação, facilmente aceitamos um problema como a oportunidade de construirmos o aprendizado necessário. Os filhos podem também ser mestre.

Muitos são os ensinamentos construídos na relação dos pais com seu filho. Mesmo diante dos desafios podemos reconhecer que cada genitor é perfeito pois, apenas desta maneira a vida foi concebida. Com esta compreensão temos a aceitação necessária expressa em calma para encontrar soluções. Quando aceitamos o que existe cultivamos a paz no coração.

Mesmo diante das imperfeições com contrariedade, frustração; cabe a nós pais confiar que existe um caminho para o problema e crescimento/evolução em tudo que vivemos. Eu convido cada um a transformar o dia das mães ou dos pais no dia da gratidão pela Vida. Este exercício praticado no cotidiano pode desenvolver um olhar contemplativo onde o amor desabrocha.

Por exemplo, dizendo: Eu agradeço pai, eu agradeço mãe a minha vida que se manifestou através de vocês. E com amor vivo meu cotidiano.

Experimente… a vida ficará mais plena!

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